Fontes para pequisa: http://www.icatolica.com/2015/06/padre-luiz-augusto-o-moralista.html
Seria uma injustiça duvidar de seus propósitos qualificados. Mas é bom lembrar que o caldeirão do inferno, segundo a crença popular, está transbordando de pessoas com boas intenções.
Moralista extremado, ao ponto de criticar seus colegas de batina que adotam posições mais liberais, e se lançar numa cruzada contra a divulgação de casas noturnas que apresentam shows de nudez, o padre Luiz sempre deu ares de pairar acima das águas que afligem a babel de pecadores.
O padre Luiz garante que nunca utilizou a grana, que aceitou o benefício para garantir o plano de saúde do Ipasgo e que pretende usar o que foi acumulado no banco, durante décadas, para construir uma creche. Acredito nele.
Mas não é possível varrer para debaixo do tapete o lado moral e o senso ético que envolve o imbróglio. Receber sem trabalhar, seja qual for o motivo, está errado. Sob todos os aspectos o padre Luiz cometeu um grave deslize. Se um sacerdote, com sua bíblica importância, enrosca na equação de que os fins justificam os meios, torna-se inviável pregar sermões e exigir probidade.
O dinheiro do contribuinte se presta a contratar pessoas que vão exercer a função. O cargo de analista legislativo não pode e não deve ser uma mera função decorativa. Como se fosse uma espécie de abajur. Até concordo que ele podia receber, a título donativo, uma quantia mensal em nome do Legislativo. Por que não? Mas dentro da legalidade. A não ser que a lei permita uma brecha capaz de contemplar padres, dirigentes espíritas, pastores e chefes do candomblé.
Receber sem trabalhar é uma ação danosa em qualquer análise. Sem hipocrisia, é um ato de roubar o erário e tirar a oportunidade de quem realmente deseja atuar seriamente na função. Admiro o padre Luiz e estou convicto de que ele é um membro produtivo da sociedade e um cristão acima da média. Mas achar que o erro dele merece ser esquecido, amenizado e acobertado, é perpetuar no Brasil uma danosa síndrome: aos amigos tudo, ao resto os rigores da lei. Sugiro uma pena: que o padre colabore para exorcizar todos os fantasmas do funcionalismo público.
Segundo a escritora Adaildes Alves Moreira, “honestidade prega justiça, uma pessoa completamente correta não tem que ser santa, tem que ser correta mesmo, conseguir algo com seus esforços.” Para muitos fiéis da Igreja Católica, o padre Luiz Augusto Ferreira é uma espécie de Madre Tereza do Cerrado. Suas obras de caridade, numa reconhecida defesa dos indigentes, assim como sua verve no púlpito com sermões de elevadíssimo cunho moral, justificam sua reputação.
Seria uma injustiça duvidar de seus propósitos qualificados. Mas é bom lembrar que o caldeirão do inferno, segundo a crença popular, está transbordando de pessoas com boas intenções.
Moralista extremado, ao ponto de criticar seus colegas de batina que adotam posições mais liberais, e se lançar numa cruzada contra a divulgação de casas noturnas que apresentam shows de nudez, o padre Luiz sempre deu ares de pairar acima das águas que afligem a babel de pecadores.
Diante desse contexto, foi um choque ler a matéria, de página inteira, publicada no jornal O Popular do dia 5 de março, demonstrando que o padre é funcionário fantasma da Assembleia há 20 anos. Ele afirmou na entrevista que não sabe quanto ganha e não usa o dinheiro. Mas os dados confirmam que ele recebe um salário de onze mil e oitocentos reais mensais.
O padre Luiz garante que nunca utilizou a grana, que aceitou o benefício para garantir o plano de saúde do Ipasgo e que pretende usar o que foi acumulado no banco, durante décadas, para construir uma creche. Acredito nele.
Mas não é possível varrer para debaixo do tapete o lado moral e o senso ético que envolve o imbróglio. Receber sem trabalhar, seja qual for o motivo, está errado. Sob todos os aspectos o padre Luiz cometeu um grave deslize. Se um sacerdote, com sua bíblica importância, enrosca na equação de que os fins justificam os meios, torna-se inviável pregar sermões e exigir probidade.
O dinheiro do contribuinte se presta a contratar pessoas que vão exercer a função. O cargo de analista legislativo não pode e não deve ser uma mera função decorativa. Como se fosse uma espécie de abajur. Até concordo que ele podia receber, a título donativo, uma quantia mensal em nome do Legislativo. Por que não? Mas dentro da legalidade. A não ser que a lei permita uma brecha capaz de contemplar padres, dirigentes espíritas, pastores e chefes do candomblé.
Receber sem trabalhar é uma ação danosa em qualquer análise. Sem hipocrisia, é um ato de roubar o erário e tirar a oportunidade de quem realmente deseja atuar seriamente na função. Admiro o padre Luiz e estou convicto de que ele é um membro produtivo da sociedade e um cristão acima da média. Mas achar que o erro dele merece ser esquecido, amenizado e acobertado, é perpetuar no Brasil uma danosa síndrome: aos amigos tudo, ao resto os rigores da lei. Sugiro uma pena: que o padre colabore para exorcizar todos os fantasmas do funcionalismo público.
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Confira abaixo a nota da arquidiocese de Goiânia sobre o caso:
São de conhecimento público as notícias veiculadas pelos meios de comunicação social, nos últimos dias, a respeito do Revmo. Pe. Luiz Augusto Ferreira da Silva. Assim como as demais pessoas, a Arquidiocese de Goiânia tomou conhecimento dos fatos envolvendo o referido padre pela imprensa. A Igreja de Goiânia reconhece e aprecia o trabalho social desenvolvido pelo Pe. Luiz Augusto. Ao mesmo tempo, manifesta adesão e respeito pelas leis do Estado e deseja que a situação, a ser investigada pelos órgãos competentes, seja esclarecida e que a verdade sobre os fatos em questão possa ser reconhecida. Da sua parte, a Igreja se compromete a colaborar em tudo o que for necessário para que o caso se resolva com justiça e caridade.
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Rosenwal Ferreira, jornalista
Fonte: Diário da Manhã
Com informações: Arquidiocese de Goiânia
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